FORMAÇÃO DO EGITO
No quarto milênio a. C., ao longo das margens do rio Nilo, existiam os nomos, aldeias agropastoris independentes, cujos governantes eram chamados de nomarcas. Os nomos foram reunidos, formando dois reinos: o Baixo Egito, no delta do Nilo, e, mais ao sul, o Alto Egito. Por volta de três mil a.C., Menés, o príncipe do Alto Egito, unificou os reinos sobre seu comando. A partir dessa unificação teve inicio o chamado período dinástico do Egito Antigo, que costumava ser dividido em: Antigo Império, Médio Império e Novo Império.
ANTIGO IMPÉRIO
No Antigo Império, as capitais foram Tinis e Mênfis e a forma de governo, a monarquia teocrática. O rei era denominado FARAÓ e possuía caráter divino, sendo considerado o filho do deus sol. Tinha poder absoluto e atuava como chefe político, supremo legislador, juiz e sacerdote. Nessa época, o Egito não possuía exercito permanente.
O faraó era auxiliado por ministros escolhidos entre os membros da alta nobreza. Os escribas, pessoas que sabiam ler e escrever, possuíam funções administrativas, principalmente ligadas à cobrança de impostos. Esses impostos possibilitavam ao faraó acumular grandes riquezas e realizar obras, como as construções de pirâmides e templos.
As pirâmides mais conhecidas, que receberam os nomes dos faraós que mandaram construí-las são as de Quéops, kefrén, e Miquerinos, na planície de Gizé guardas pela esfinge, uma enorme escultura com corpo de leão e cabeça humana.
Após um período de paz e prosperidade, por volta de dois mil e trezentos a.C., o Antigo Império entrou em crise, em conseqüência do fortalecimento do poder dos nomarcas. Houve uma anarquia política, só solucionada por volta do ano 2mil a.C., quando os governantes da cidade de Tebas submeteram os nomos à sua autoridade.
O MÉDIO IMPÉRIO
O Médio Império marcou o restabelecimento da monarquia nacional. A capital do Egito passou a ser a cidade de Tebas. Foram construídos muito canais de irrigação e reservatórios de água.
Por volta de 1750 a.C., o Egito foi invadido pelos hicsos, um povo oriundo da Ásia. Eram militarmente superiores aos egípcios, possuindo armas mais eficientes e carros de guerra puxados por cavalos. Por quase dois séculos mantiveram o domínio do território. Crises decorrentes da invasão marcaram o fim do Médio Império. Com a expulsão dos hicsos, em 158 a.C., teve inicio uma nova fase, o Novo Império.
O NOVO IMPÉRIO
O Novo Império estendeu-se até 525 a.C, e caracterizou-se pelo militarismo e pelo imperialismo. Com um exercito bem organizado, muitos faraós partiram para a conquista de vários povos e estenderam as fronteiras egípcias até o rio Eufrates, na Mesopotâmia. Na formação do Império egípcio destacaram-se os faraós Tutmés III, Ramsés II.
Gastos com campanhas militares e guerras internas acabaram por enfraquecer o império egípcio, favorecendo a invasão de diferentes povos. Os assírios invadiram o impero em 670 a.C, e só foram expulsos em 653 a.C. Em 525 a.C, os Persas comandados por Cambises venceram a batalha Pelusa e dominaram o Império, governando-o durante aproximadamente 200 anos. Mais tarde em 332 a.C., Alexandre Magno, da Macedônia, conquistou a região e, finalmente, em 30 a. C., os egípcios caíram nas mãos dos romanos.
A ECONOMIA EGIPCIA
A agricultura era a principal atividade econômica no Egito Antigo. Eram cultivados cereais, oliveiras, alface, cebola, alho, uva, figo, linho, etc. Os egípcios aprenderam a aproveitar as águas das enchentes do Rio Nilo, construindo canais de irrigação e diques o que lhes possibilitava aumentar a área de cultivo. Durante o período das cheias do Nilo, os camponeses trabalhavam gratuitamente para os faraós, na construção dos templos e túmulos.
A pecuária não apresentou grande desenvolvimento, sedo criados bois, asnos, burros, porcos carneiros, cabras, e aves, como patos e gansos. Também era praticadas a caça e a pesca.
O comercio intenso se realizava em mercados onde os produtos eram expostos. O comércio externo era controlado pelo estado e só se iniciou no Médio Império. Os egípcios faziam comercio com a Fenícia, a Ilha de Creta, a Palestina e a Síria. Exportavam trigo, cevada, tecidos e cerâmica; importavam madeiras marfim e metais preciosos. Por causa da ausência de moedas as trocas eram diretas
Os egípcios também desenvolveram o artesanato e a manufatura. Produziam jóias, moveis, tecidos, enfeites, utensílios de vidro, etc.
A SOCIEDADE EGIPCIA
Na sociedade egípcia havia uma rígida hierarquia entre as camadas sociais. A mobilidade social praticamente inexistia, pois as profissões, os cargos e as funções eram em sua maioria transmitidos por herança.
A posição mais alta era ocupada pelo faraó e sua família, geralmente numerosa, já que ele podia ter várias esposas e concubinas. Abaixo do faraó estavam os nobres, que ocupavam altos postos no governo e no exercito.
Seguiam-se os sacerdotes, considerados intermediários entre os deuses e os homens e que também se dedicavam às atividades intelectuais e cientificas. Os nobres e os sacerdotes detinham grandes privilégios.
Em seguida, vinha acamada dos funcionários reais, destacando-se os escribas, os que ocupavam altos postos militares.
Na posição inferior na sociedade estavam os não-privilegiados, os trabalhadores braçais, artesãos e camponeses (chamados felás ). Compunham a maioria da população e eram obrigados a entregar ao faraó parte de sua colheita, além de pagar impostos aos nobres e sacerdotes. Também eram submetidos a trabalhos forçados nas construções de palácios, templos, canais de irrigação, etc., e ainda eram sofriam castigos físicos.
A pequena camada de escravos era formada por estrangeiros aprisionados nas guerras. Os escravos eram encarregados de tarefas domésticas ou trabalhos perigosos e pesados.
RELIGIÃO
A religião egípcia desempenhou importante papel na vida dos egípcios e deixou marcas em quase todos os setores: nas artes, na literatura, na filosofia e até mesmo nas ciências. Os egípcios eram politeístas, isto é, acreditavam em muitos deuses que eram ANTROPOFOZOOMORFICOS, quer dizer que eles tinham formas de homens e animais ao mesmo tempo, dentre o panteão de divindades destacavam-se: Rá, Osíris, Isis, Hórus. Certos animais erram considerados sagrados como o gato, o crocodilo, o escaravelho, o boi.
Os egípcios acreditavam na imortalidade da alma e na sua volta ao corpo. Essa crença levou-os a desenvolver técnica de conservação dos corpos mortos.
A mais sofisticada foi a mumificação, um processo caro, só acessível aos privilegiados.
junto ao morto, eram colocados alimentos armas, ferramentas etc. de que segundo a crença o morto iria precisar para reconhecer a tumba e o seu corpo como se lugar, sua casa.
Acreditava-se também que a lama era julgada por um tribunal com doze deuses presidido po Osíris. Eram apresentadas as boas e más ações do falecido, para se julgar se ele merecia ou não a vida eterna. Seu coração era colocado num dos pratos da balança e, no outro era colocado uma pena. Se os pratos se equilibrassem, a alma estaria salva.Caso o coração fosse mais pesado que a pena a alma era devorada imediatamente por uma deusa com cabeça de crocodilo.
As pessoas ricas compravam dos sacerdotes o Livro dos mortos, um conjunto de fórmulas mágicas, escritas num papiro, que facilitariam sua salvação após a morte. Com a venda dessas fórmulas, muitos sacerdotes se enriqueceram.
Durante o Novo Império, o faraó Amenófis IV fez uma reforma religiosa, impondo o monoteísmo. Aton, representado pelo disco solar, era o único deus, e o próprio faraó mudou seu nome para Aquenaton. Essa reforma teve caráter político pois, o faraó pretendia reduzir o poder dos sacerdotes. Porém, o monoteísmo teve curta duração , e o faraó seguinte, Tutancâmon, restaurou o politeísmo.
A ESCRITA DOS EGIPCIOS
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